quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Liberdade e Expressão


No debate ocorrido na Record no dia 26-09-10 Plínio de Arruda Sampaio recebeu uma pergunta sobre a imparcialidade ou parcialidade da mídia e a respondeu como um ditador qualquer da república das bananas. Ele afirma que a imprensa, mais especificamente a Folha de São Paulo, não noticia nada a seu respeito e quando o faz é de forma negativa; afirma ainda que a imprensa não quer ouvir uma voz totalmente dissidente e que o controle social dos meios de comunicação de massa não tem nada de censura, a censura é feita pelos donos dos meios de comunicação.
Então analisemos essas afirmações do candidato Plínio. Em primeiríssimo lugar, a liberdade de livre expressão que possuímos garantida pela constituição de 1988 nos assegura o direito de darmos nossa opinião da forma que achamos mais correta, ao mesmo tempo que nos obriga a ouvir (ler) opiniões, como dito por Arruda, dissidentes. Muito provavelmente a opinião vista pelo candidato em jornais e outros meios de comunicação em massa não o agrada, mas isso é a democracia não é caro amigo Plínio? Afinal, assim como todos, o senhor tem o direito de abrir seu próprio meio de comunicação, que consiga uma audiência razoável e assim disseminar suas ideias, isso é se alguém as quer ouvir, oras esse sistema caiu de podre a pelo menos 20 anos. Você acha mesmo que a pessoa mais apta a julgar o certo e o errado é o senhor? ou pessoas que pensam como o senhor? ou ainda um governo que quer ditar como se deve pensar?
Acredito que já tenhamos passado dessa fase, digo isto, pois espero que se os resultados apontados pelas pesquisas, as de qualidade, por favor, não Vox Populi, a candidata vencedora não ache também que é a dona única da verdade e tente conter a mídia, os que pensam diferente e a oposição. Oras, não foi por isso que muitos lutaram durante o golpe? A verdade é que algumas pessoas se acham no direito  de dizer que ponto de vista é certo ou errado e por não conseguir provar o contrário quer acabar com a livre expressão. Eis ai um paradoxo dos que lutaram pela liberdade durante o regime militar.
Vivemos um tempo negro em nossa frágil democracia. Há anos Dilma lutava pela liberdade, a época da ditadura instaurada pela Revolução de 1964. Nos anos que se perpassaram neste episodio de nossa historia, a figura do monstro da Censura foi necessária para controlar as vozes dissidentes. Acredito que isso ajudou a tornar o regime menos legitimo. Agora anos depois, os partidos de esquerda tentam reavivar o monstro. Surge a indagação: Como colocar o poder nas mãos de pessoas que tem na agenda politica a restrição ao direito de livre expressão? Como acreditar na pessoa que contraditoriamente pensa em restrição deste direito ? Qual será o proximo passo? Restringir mais direitos?

Escrito por César.
Complemento (Ultimo Parágrafo) por Rodrigo Guimarães

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